sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Vila dos Milagres

Autora: Maria da Conceição Santos Nascimento

Planejamos uma viajem há muito tempo atrás, para Vila dos Milagres em Minas Gerais. Só se pensava sobre isso. Meus amigos já estavam eufóricos de tanto pensar em como seria esse lugar tão desejado. Não sabíamos como chegar lá. Pegamos a bagagem e o GPS e partimos estrada a fora.
Estávamos em alta velocidade quando avistamos um vilarejo e resolvemos parar. Nem uma pessoa, só se via uma igreja e uma escola ao mesmo lado em ruínas logo adiante uma pensão e uma parada de ônibus  muito assustador.
Começamos a gritar: ─  Alguém nesse lugar?... O vento uivava e o eco  da nossa voz repetia. Era de dar medo. Meus amigos não estavam se sentindo bem no local. Mesmo assim tínhamos curiosidade de saber onde estavam todos.Vimos uma casa e resolvemos entrar para descansar um pouco. Dormimos no chão,ouvimos um grito  como se alguém  estivesse sendo sufocado.  Procurei os meus amigos, eles tinham sumido. Sai aos prantos sem saber para onde ir, entrei em uma mercearia com portas azuis, chamando os nomes deles: Tonho, Bina, Bartor apareçam, estou com medo. Bem longe avisto uma mulher na praça com uma criança sentada em baixo de uma árvore, corro feito louca e pergunto se ela viu três jovens por ali.
Elas me olham de um jeito esquisito e apontam com o dedo. Percebo que eram mudas.
Vou em direção onde elas mandaram, estava com muita sede vejo um carro parado na estrada e pergunto se o casal tem água  eles me dão, um gosto horrível, mesmo assim eu bebi, eles olharam meios estranhos para mim e nada falaram, estavam pálidos feito defuntos.
Sigo o caminho e o casal vão me acompanhando e me desespero, agora que eu vou morrer.
Do outro lado as casas estão em boas condições.
Entro em umas delas e começo a fuçar as coisas dentro delas e ao mesmo tempo espero rever os meus amigos, mas nada deles, começo a comer e beber e o casal me observava eu já sabia que estava preste a morrer. O casal me pergunta se já vi o paraíso e se eu queria conhecê-lo, comecei a chorar.
O que posso fazer? Eu fui... Pensei que ia morrer. Entrando no caminho parecia estar entrando em outro mundo, senti uma sensação estranha parecia que estava me reencontrando, vi um lugar muito perfeito que nunca tinha visto antes. Entramos e foi ali que entendi o sumiço dos meus amigos e o abandono daquela cidade pois os moradores encontraram aquele lugar como refugio para suas almas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ui, que lugar sinistro, hein? Aliás, tudo muito sinistro! Bem no clima do mistério. Marina Alves.